Foi dada a largada da 29ª edição da Bett Brasil, maior evento de Inovação e Tecnologia para Educação da América Latina, nesta terça-feira (23). O tema principal desta edição é “Inovação com propósito: educação em diálogo com as transformações sociais”, com término na sexta-feira (26/4), em São Paulo.
Na abertura, teve a fala Cláudia Valério, diretora da Bett Brasil, que reforçou os principais eixos do evento em relação ao tema: educação inclusiva, equidade com qualidade, inovação, inteligência artificial e outras tecnologias. “Esse foco de inovação se concentra na educação inclusiva, e também leva a pensar na equidade dentro da educação”.
Também estiveram presentes Aberson Carvalho, secretário de estado da Educação, Cultura e Esportes do Acre; Vera Lúcia Cabral, diretora da Ed-Skiling Microsoft Brasil; Francisco Leitão, professor do Núcleo de Ensino da Unidade de Internação de Santa Maria, no Distrito Federal; e Lucas Coelho, 14 anos, estudante da escola Lourenço Castanho pelo programa da Bett Brasil.
Tecnologia
Aberson defendeu o uso da tecnologia como uma ferramenta importante para a educação de forma responsável, uma vez que também é um mecanismo forte para os jovens. “Tem que ter uma associação do conhecimento tradicional com a tecnologia, não só pela informática dentro da sala, mas por meio de tablets, por exemplo. A tecnologia é a assessoria da educação”.
Nesse contexto, o secretário cita como exemplo o estado do Acre, e acredita que mesmo com as desigualdades sociais, deve se pensar na inserção da tecnologia nas escolas. “O grande desafio é que o profissional da educação olha a perspectiva do aluno, que de ser avaliada, então as autoridades devem escutar esses estudantes. A tecnologia veio para contribuir nessa dinâmica ensino-aprendizagem”.
Desafios
Vera Lúcia vê, na inserção da inteligência artificial na educação, a possibilidade de equidade social, mas ressalta que é um trabalho coletivo. “Tecnologia pode difundir o que as pessoas fazem na escola, tem recursos que magnificam o movimento de inovação, com desenvolvimento das inteligências artificiais, pode ser uma reflexão para uma equidade na educação, para que todos possam aprender sem barreiras”.
A diretora defende o uso da tecnologia de forma humana, garantindo o acesso universal. “Existem vários princípios a serem trabalhados, como os de justiça, equidade e inclusão para que avancemos na direção desejada; temos de ter uma função ética, para princípios humanos que reconhecemos na sociedade, essa é a grande discussão”, concluiu.
Transformação
Francisco Leitão, professor de história em Santa Maria, no DF, criou uma tecnologia chamada RAP (Ressocialização, Autonomia e Protagonismo), desenvolvida desde 2015, que utiliza o estilo musical do rap como instrumento de educação, bem como o referencial histórico. Pela iniciativa, ele foi finalista do prêmio Educador Transformador.
No entanto, o professor acredita que a tecnologia é apenas um acessório para a inovação, dependendo também de outros fatores. “Ela (inovação) pode vir da abordagem dos educadores. O RAP, por exemplo, foi inovador, pois foram os estudantes que escolheram essa metodologia, então democratiza a educação, envolvendo todos os setores”, disse o docente.