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Polícia faz reconstituição de abordagem em que jovem morreu baleado pela PM em São José dos Campos, SP

A Polícia Civil de São José dos Campos deu início, nesta última quinta-feira (18), ao processo de reconstituição de uma abordagem, na qual um jovem de 28 anos morreu baleado pela Polícia Militar, em agosto de 2021.

Reconstituição é um tipo de exame de corpo de delito que faz parte do inquérito policial e tem como objetivo colaborar com as investigações, além de validar o que testemunhas, indiciados e vítimas afirmaram durante os depoimentos.

Lelis Henrique Gadioli dos Santos foi morto após ser atingido por um disparo no peito. Ele tinha dois filhos. O caso aconteceu no bairro Jardim Americano e teve repercussão na região. A família da vítima contesta a ação policial.

Os trabalhos começaram por volta das 10h. Os primeiros a chegar foram os peritos da Polícia Civil, que sinalizaram a cena do crime. Os policiais militares envolvidos no caso também estiveram presentes.

De acordo com a Polícia Civil, a reconstituição desse caso é um pedido do Ministério Público de São Paulo.

O caso chegou a ser arquivado em 2022 por pedido do MP, que alegou que os policiais envolvidos no caso agiram em legítima defesa, mas foi desarquivado pela Justiça após a Polícia Civil ouvir testemunhas protegidas que afirmaram que os agentes mentiram nos depoimentos.

De acordo com os depoimentos, os policiais mentiram ao dizer que chegaram ao local do crime após o disparo. As testemunhas disseram também que os policiais negaram socorro.

O caso
Lelis Henrique Gadioli dos Santos, de 28 anos, foi morto com um tiro durante uma ação da Polícia Militar no dia 12 de agosto de 2021, em São José dos Campos (SP).

Segunda a família da vítima, o motoboy havia saído para buscar um jogo de vídeo game e foi baleado a cerca de 100 metros de casa. Ele tinha dois filhos.

A ação aconteceu no bairro Jardim Americano, por volta de 1h. De acordo com o boletim de ocorrência, os policiais faziam uma ronda no bairro e encontraram o jovem perto de um carro, o que levantou a suspeita de venda de drogas.

Na ocasião, a Polícia Militar informou que os policiais tentaram abordar o jovem e que ele posicionou a mão na cintura, o que levantou a suspeita de posse de arma de fogo. Por isso, um dos agentes disparou.

Lelis Henrique era motoboy e trabalhava com entregas por aplicativo. Segundo o irmão da vítima, Leonardo Honório, ele costumava jogar vídeo game depois do trabalho e, nessa ocasião, teria saído de casa para buscar um jogo, quando acabou sendo baleado.

“Ele chegou e pediu que eu esperasse para ele buscar um jogo. Eu fui colocar o celular para carregar e em seguida escutei a derrapagem de um carro e o disparo. Corri para a rua e encontrei ele no chão. Fui até ele e só deu tempo de colocar a cabeça no meu colo, ele deu um suspiro e morreu”, afirmou Leonardo na época do crime, em 2021.

Lelis foi atingido por um disparo no peito. O resgate foi acionado, mas, quando chegou ao local do crime, a vítima já estava morta.

Na versão da PM, policiais encontraram uma arma calibre 32 enferrujada e com a numeração raspada com o jovem durante a perícia. A família, porém, nega essa versão.

Além disso, nenhum entorpecente foi encontrado com o jovem. Segundo a família, ele não era usuário de drogas. Na época, a Polícia Civil informou que ele não tinha antecedentes criminais.

O caso foi registrado como morte por intervenção policial.

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