Para especialistas, a oportunidade de emprego, estudo e infraestrutura, fazem São José ser referência no Vale do Paraíba e requisitada como o local para crescer profissionalmente.
Com 697.428 moradores, São José dos Campos é a cidade com o maior número de habitantes no Vale do Paraíba, segundo os dados do Censo que foram divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Comparado ao último levantamento do Censo, realizado em 2010, o número de habitantes de São José teve um salto de 10,7%; ganhando 67,5 mil novos habitantes.
Berço de grandes indústrias, polos de pesquisa de ponta e conhecida pela tecnologia, São José dos Campos é a casa também de gigantes nacionais, como a Embraer, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), que são referências no país.
Com potência de capital e cultura de interior, a cidade da aviação e da tecnologia se torna atrativa para quem busca por educação e emprego, segundo o historiador Carlos Alberto Fernandes Pinto. Para ele, esses estão entre os principais motivos que explicam o aumento populacional da cidade.
“Economicamente São José abre possibilidades. As grandes empresas, o setor de serviço que tem expandido, tem o ITA que trás estudantes de fora. São muitas pessoas que vêm de fora em busca de estudo e emprego”, destacou.
Assim como São Paulo é vista pelo país como a cidade das oportunidades, no Vale do Paraíba São José dos Campos é referência e requisitada como uma chance para começar ou recomeçar a vida.
Para Carlos, essa identidade que a cidade construiu é uma herança das oportunidades que ajudaram a desenvolver o município.
“Importante ressaltar que é uma herança do passado. São José dos Campos tem uma história de crescimento peculiar e diferente de outras cidades do país. Teve um ciclo que aproveitou a produção do café; depois houve o período da tuberculose, que foi uma doença triste, mas que trouxe muita gente pra cidade”, lembrou.
“No período da tuberculose, tivemos muitas empresas se instalando aqui e isso veio trazendo investimento para a cidade, mais recursos. Isso foi importante para o desenvolvimento de São José”, afirmou.
Segundo o historiador, mesmo com a crise de algumas indústrias, principalmente do ramo automobilístico, São José consegue continuar gerando emprego, ao mudar o foco. Carlos acredita que a cidade vive o momento de investir no setor de serviços.
“A gente vê ampliação de shoppings, aberturas de novas lojas, novos supermercados. O setor de serviços tem expandido e isso emprega muita gente! Quem é da área sabe que às vezes um mercado consegue empregar mais trabalhadores do que uma indústria e é nisso que tem sido investido”, analisou.
Além de educação e emprego, Carlos destaca a infraestrutura da de São José como também um atrativo que faz mais pessoas quererem morar na cidade.
“Aqui temos também uma rede de saúde que muitas pessoas vêm de fora para cuidar da saúde. A demanda da saúde é infinita, há problemas, mas São José realiza procedimentos e tem profissionais que outras cidades não têm e que por isso buscam atendimento na cidade”, disse.
Segundo o historiador, mesmo com a crise de algumas indústrias, principalmente do ramo automobilístico, São José consegue continuar gerando emprego, ao mudar o foco. Carlos acredita que a cidade vive o momento de investir no setor de serviços.
“A gente vê ampliação de shoppings, aberturas de novas lojas, novos supermercados. O setor de serviços tem expandido e isso emprega muita gente! Quem é da área sabe que às vezes um mercado consegue empregar mais trabalhadores do que uma indústria e é nisso que tem sido investido”, analisou.
Além de educação e emprego, Carlos destaca a infraestrutura da de São José como também um atrativo que faz mais pessoas quererem morar na cidade.
“Aqui temos também uma rede de saúde que muitas pessoas vêm de fora para cuidar da saúde. A demanda da saúde é infinita, há problemas, mas São José realiza procedimentos e tem profissionais que outras cidades não têm e que por isso buscam atendimento na cidade”, disse.
Desigualdade social
Após a pandemia, o número de pessoas pedindo esmola, vendendo balas no sinal ou então entrando para as estatísticas de pessoas em situação de rua, se tornou mais perceptível aos olhos dos joseenses.
“Houve uma explosão, muitos moradores de rua, é uma questão social. Vejo que a questão da desigualdade aumentou muito. Se aumenta a pobreza, aumenta a violência. Como reflexo disso, em São José nós temos um quadro de roubos a automóveis, celulares e patrimônios no geral”, afirmou.
Na análise do historiador, as regiões mais ricas da cidade são atendidas em suas demandas, mas por vezes as regiões mais pobres e vulneráveis ficam a desejar aguardando ação do poder público.
“Falta a cidade ver um pouco melhor a periferia, tem demandas que precisam ser equacionadas, como tratamento de esgoto, regularização de terra, entre outros problemas”, disse.
Desafios
Para os próximos anos, Carlos acredita que a educação básica e a estrutura oferecida para os idosos devem entrar entre as prioridades da cidade, como desafios a serem enfrentados para conseguir continuar desenvolvendo São José.
“Apesar dos avanços, a nossa educação poderia estar bem melhor. Tem escolas muito boas, particulares, mas eu creio que se o município junto com o estado dialogar melhor, dá pra melhorar muito a educação. Tem que aproveitar toda essa tecnologia. O saber aeroespacial, por exemplo, não está dentro de todas as escolas, tem pouco investimento no estímulo à leitura. Esse é o desafio”, analisou.
“Um novo público que está emergindo são os idosos, as pessoas estão vivendo mais, é um segmento que requer uma atenção maior do poder público”, disse.
Qualidade de vida
Ultrapassando questões burocráticas e de carreira, a qualidade de vida da São José arborizada, a cultura rica, o povo acolhedor e, em sua maioria, com origem simples, estão entre pontos positivos que trazem uma boa identidade para a cidade.
“A gente tem um patrimônio verde, qualidade de vida. Você soma a tecnologia da cidade com a beleza que é a região norte, o distrito de São Francisco Xavier, é algo riquíssimo, que não tem preço”, disse.
“Aqui tem áreas verdes, rios, cachoeiras, então as pessoas acabam se apaixonando pela cidade. Vem pra cá apenas para passear e decidem vir morar aqui”, contou.