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Mulheres marcham contra o machismo, a fome e a violência, em São José

O Dia Internacional das Mulheres foi marcado por um ato unificado, no centro de São José dos Campos, nesta quarta-feira (8). Dirigentes do Sindicato participaram da manifestação, que reuniu cerca de 300 pessoas.

O ato foi realizado em pelo menos 23 cidades brasileiras e convocado por sindicatos, centrais sindicais, movimentos feministas e sociais e partidos políticos. Em São José, a concentração foi às 16h30, em frente ao prédio da antiga Câmara Municipal, na Praça Afonso Pena.

Com faixas exigindo o fim do machismo, da fome e da violência, as diretoras do Sindicato convocaram a sociedade a se unir em defesa das mulheres.

“Hoje, neste 8 de março, a gente não tem nada para comemorar. Infelizmente, muitas mulheres morreram para que fosse criada essa data. Em memória delas e por todas nós, precisamos cobrar dos governantes os nossos direitos”, disse a diretora Aline Bernardo.

Em passeata, as manifestantes percorreram a Rua 15 de Novembro e seguiram até a Praça da Matriz, no centro da cidade, onde o ato terminou, por volta das 18 horas.

Sem anistia
O movimento deste 8 de março também contou com o tema “Sem anistia para golpista”, em referência aos atos violentos que tentaram dar um golpe de Estado, no dia 8 de janeiro, em Brasília. “Se a classe se unir, a ultradireita vai cair”, disseram as manifestantes em coro.

“Esse 8 de março é simbólico e marcado pelo retorno das mulheres às ruas. Depois do governo de ultradireita de Bolsonaro, que retirou praticamente todos os nossos direitos, muitas mulheres tiveram medo de se manifestar, por causa da misoginia, da LGBTfobia e de todo o machismo bolsonarista. O primeiro passo foi dado: a derrota de Bolsonaro nas urnas. Mas a luta continua, principalmente pela punição dele e de todos os golpistas”, explicou Aline.

A dirigente do Sindicato ainda destacou que é preciso implementar políticas concretas em defesa das mulheres trabalhadoras no Brasil. Ao contrário da maioria das entidades e movimentos, o Sindicato segue independente do Governo Federal e cobra do presidente Lula (PT) melhores direitos e condições de trabalho.

Outras lutas
As manifestantes também protestaram exigindo a revogação das reformas trabalhista e previdenciária e do Novo Ensino Médio, que precarizam as condições de trabalho, a aposentadoria e a educação de jovens no Brasil.

Entre as reivindicações também estão investimentos em creches, combate ao racismo, legalização do aborto como medida de saúde pública e de direitos humanos e criação de delegacias da mulher que funcionem 24 horas e sejam acessíveis à população.

“Em São José dos Campos, por exemplo, a delegacia da mulher fica no Jardim Aquárius, área nobre, e não funciona 24 horas. Se uma mulher é agredida na zona leste, área mais pobre, por exemplo, ela não consegue chegar com rapidez à delegacia. Isso pode piorar a situação sofrida pela vítima, que fica refém do agressor”, ressaltou Aline.

As mulheres também reivindicaram o “despejo zero”, contra as ordens de despejo que ameaçam mais de 130 mil famílias brasileiras. Outra luta é contrária à LGTBfobia, pelos direitos das pessoas da comunidade LGBTI.

Dia Internacional das Mulheres
O Dia Internacional das Mulheres tem suas origens no movimento operário, no começo do século XX. Entre as décadas de 1910 e 1920, diversas manifestações de trabalhadoras eclodiram pelo mundo, principalmente na América e na Europa. O resultado foi a conquista de direitos, como a redução da jornada de trabalho, o acesso ao voto e melhores salários.

No dia 8 de março de 1917, milhares de russas fizeram uma greve e uma passeata pedindo o fim da Primeira Guerra Mundial, emprego e direitos para as mulheres. Com isso, elas conseguiram depor o czar, governante da época, e conquistaram o direito de votar. Desde então, o dia 8 de março é símbolo da luta feminista.

Contudo, a data só foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975. Hoje, o Dia Internacional das Mulheres é celebrado por mais de 100 países.

Em 2023, o tema global indicado pela ONU é “Por um mundo digital inclusivo: inovação e tecnologia para a igualdade de gênero”.

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